“Ter filhos não é ético”, afirmam os antinatalistas
O
homem é a “única
criatura sobre a terra que Deus quis por si mesma”[i], dotando-o de toda a dignidade a ponto de
permitir que seu Filho se encarnasse e morresse na Cruz para resgatá-lo do
pecado original. É por este motivo que o demônio se tem empenhado desde o
início em destruí-lo. Compreendemos assim também o porquê da criação de
doutrinas como a ideologia de gênero, o ambientalismo e,
mais recentemente, o movimento chamado antinatalista.
Deus mostra a sua predileção
pelo ser humano por se tratar da mais perfeita de suas criaturas e porque o
criou “à
sua imagem e semelhança”. O que as Escrituras descrevem
poeticamente: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou”. E depois de tê-los criado, Deus os
abençoou e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se!
Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu e sobre todos os animais que se movem pela terra” (Gênesis,
27 e 28).
Ter filhos, portanto, é um
mandado divino. O casal que não quer ter filhos demonstra um egoísmo extremo e
peca contra esse mandado.
Audrey Garcia, de 39 anos,
casada, é uma dessas pessoas que dizem ter seus motivos para não ter filhos.
Numa entrevista para a BBC Mundo em
espanhol, ela afirma que ter filhos “simplesmente não é ético em um
mundo superpovoado, onde falta água e comida para muitas pessoas, onde estamos
destruindo o meio ambiente, onde não paramos de consumir mais e mais recursos”.[ii]
Audrey Garcia pertence a um
grupo de pessoas conhecidas como antinatalistas, que se
inspiram nas ideias de David Benatar, diretor do Departamento de Filosofia da
Universidade do Cabo, na África do Sul. Benatar é autor do livro Better
Never to Have Been ( Melhor
Nunca ter Nascido). A obra começa com a seguinte dedicatória: “Aos
meus pais, apesar de me terem dado a vida”.
Segundo Audrey, o antinatalismo está
associado ao veganismo. “Como ativista, luto
contra todo tipo de exploração animal. Se eu tivesse filhos, seria responsável
por criar uma cadeia sem fim de humanos que vão consumir produtos animais,
porque não posso garantir de forma alguma que meus filhos e netos sejam veganos”
E continua: “Ter filhos significaria necessariamente aumentar o
sofrimento animal”. Para Audrey, ser antinatalista também
é ir contra o sistema estabelecido, que “supõe que a mulher está destinada a
ser mãe”.
Audrey Garcia fez a cirurgia
para se tornar estéril e afirma que “as pessoas costumam ficar
chocadas porque veem a esterilização como uma mutilação, mas quando eu explico
os motivos, elas entendem”.
Como os casais egoístas, que
só pensam no prazer e não querem ter filhos, este é um problema que Audrey tem
enfrentado nos seus relacionamentos. Por isso, justifica-se dizendo: “Não
vejo o que há de egoísta em querer dedicar sua vida a outra coisa que não seja
ter filhos. O que acho egoísta é tomar, de maneira unilateral, a decisão de
trazer alguém a este mundo.”
Uma das razões que os antinatalistas citam
para não terem filhos seriam os sofrimentos físico, psicológico e emocional.
Assim, Audrey deixa transparecer o desejo de suicídios dessas pessoas: “Acho
que muitas pessoas já pensaram em suicídio uma vez ou outra. Mas já que estou
aqui, tento ser útil.”
Por causa do pecado original,
esta vida é um “vale de lágrimas”. E é muitas vezes no sofrimento que
encontramos a nossa consolação. Foi o exemplo que nos deu Nosso Senhor Jesus
Cristo morrendo na Cruz. O suicídio é, portanto, a falsa solução que o demônio
apresenta àqueles que se entregam ao egoísmo e aos prazeres.
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