A lição de uma tragédia
Há um ditado francês que diz: “A
quelque chose malheur est bon” (para alguma coisa o mal é bom). Por
isso, comecei a pensar na lição que poderíamos tirar da recente tragédia no
centro de São Paulo, apesar do mal que isto causou a centenas de pessoas,
inclusive diversas mortes.
É muito lamentável o fato e o nosso
dever como jornalistas católicos não consiste em produzir lamentações estéreis
e sensacionalistas de um fato consumado. Devemos, antes de tudo, prestar às
famílias enlutadas e aos infelizes mortos o tributo de amor cristão e orar por
suas almas. E aos sobreviventes que ficaram sem seus pertences, a nossa
solidariedade.
Tal tragédia, entretanto, levantou o
tenebroso véu de uma crise social e moral em que vive o País. Por que crise
moral? Mas isto não é apenas um problema social? – Não. Podemos observar que os
movimentos ditos sociais não estão interessados em resolver o problema de
moradia de uma parcela da população realmente necessitada. Eles querem
principalmente tirar proveito da miséria humana com vistas ao Poder, como eles
mesmos confessam. Aqui está o lado moral dessa história.
Assim, explica o próprio MTST em sua
página na internet: “Por que fazemos ocupações? Alguns companheiros
respondem: ‘Para conseguir moradia!’.
“Mas é só isso que queremos?
Ficaremos satisfeitos se, daqui há (sic) 10 ou 20 anos, olharmos para traz e
vermos apenas um monte de conjuntos habitacionais? De nada adianta conseguirmos moradias e a
vida continuar do mesmo jeito, com o capitalismo impondo suas leis. Por
isso, a ocupação tem para nós um sentido muito maior do que a luta
por moradia: é uma forma de formarmos (sic) novos militantes para a luta, de
construir referência nos bairros de periferia e de mostrar para os
trabalhadores que – com união e organização – temos poder de enfrentar este
sistema. Nossas ocupações devem ter sempre este horizonte!”. Os fins
justificam os meios, conforme a sua fórmula maquiavélica e socialista.[1]
Essas ocupações servem também como
uma fonte de renda para outras invasões de propriedades particulares ou até
mesmo o financiamento de campanhas políticas de seus líderes. É evidente que os
movimentos de esquerda visam tomar o Brasil e transformá-lo numa Venezuela,
apesar deste espectro ter sido afastado temporariamente pela prisão de seu
principal líder. Contudo, eles não desistem. Mas para isto precisam de
dinheiro, especialmente quando as suas fontes se esgotaram com a prisão de seus
principais financiadores: os donos das empreiteiras.
Segundo o noticiário, os moradores
tinham que pagar entre 250 a 500 reais de “aluguel”, para terem um espaço
nessas ocupações. Os movimentos sociais invadem prédios para “ajudar” os
chamados sem-teto, e depois cobram deles aluguel pelo espaço sem mesmo serem
proprietários… É a lógica socialista. Esta prática já tinha sido observada por
ocasião da desocupação do prédio do Cine Marrocos, no centro de São Paulo, em
15 de outubro de 2016. O SBT apontou que naquele prédio também foi
localizado um grupo de traficantes fortemente armados. A emissora exibiu
imagens das armas de grosso calibre e de um desses bandidos.[2]
Boulos, candidato a Presidente da República pelo PSOL e a sua vice. |
O MTST “é um movimento de
caráter social, político e popular organizado em
1997 pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
para atuar nas grandes cidades com o objetivo de lutar pela reforma urbana
(…)”. Guilherme Boulos é o seu principal líder.
“Atualmente o MTST compõe Frente Povo
Sem Medo, junto com movimentos e organizações como as Brigadas
Populares (BPs), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), o
RUA Juventude Anticapitalista, a Esquerda Marxista, o Polo Comunista
Luiz Carlos Prestes e entidades ligadas ao Partido Socialismo e
Liberdade (PSOL), além de outras inúmeras outras entidades”.[3]
A respeito do desabamento, Boulos
declarou cinicamente: “É uma tragédia o que aconteceu e é lamentável
que tenha gente nas redes sociais querendo fazer uso político em cima de um
incêndio, de um desabamento, de um ferimento e provavelmente de morte de
pessoas”. Ele negou que o MTST fosse responsável por aquela invasão,
mas o Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM) – a mesma diferença
entre seis e meia dúzia – e afirmou que “se há que se
responsabilizar alguém é o poder público, que não ofereceu política
habitacional para aquele povo, que não assegurou, mesmo sabendo da ocupação e
provavelmente dos riscos, condições melhores para as pessoas”. [4]
O Secretário da Habitação, João
Whitaker, afirmou que as ocupações no centro de São Paulo se intensificaram nos
últimos anos. Embora não haja dados oficiais, ele estima em torno de 40 ou 50
prédios invadidos, dez dos quais são públicos. O Secretário reconhece que esse
aumento de invasões se deve às gestões esquerdistas. “Como um estudioso
do assunto, eu percebo que isso aumenta quando há governos mais abertos ao
diálogo com os movimentos. E essa é uma característica dessa gestão e de
gestões mais à esquerda, em geral”, diz Whitaker.[5]
*
* *
O principal objetivo do comunismo,
além da Reforma Agrária, é a Reforma Urbana e a Reforma Empresarial. Essas
reformas são igualmente instrumentos para a luta de classes recomendadas por
Marx a fim de se “instaurar” a “ditadura do proletariado”. Depois do confisco
das propriedades rurais viria o confisco das propriedades urbanas e
empresariais. No Brasil, a Reforma Agrária tem sido um fracasso, pois onde ela
foi aplicada há apenas “favelas rurais”. Desde a época de João Goulart até os
nossos dias, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e seus discípulos têm denunciado
a participação da esquerda católica e dos movimentos sociais, como o MST, nas
invasões de propriedades no campo. Hoje, esse movimento se dividiu em outros
pequenos movimentos “especializados” nas invasões de prédios urbanos. É a
Reforma Urbana, simétrica à Reforma Agrária, nos moldes dos planos marxistas,
que eles querem implantar. O comunismo, entretanto, tem encontrado fortes
resistências dos proprietários, graças às contínuas campanhas de divulgação de
obras esclarecedoras sobre este tema feitas pelo Instituto Plínio Corrêa de
Oliveira – IPCO.
_____________________
[4] https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/01/boulos-diz-lamentar-uso-politico-de-desabamento-e-diz-que-ocupacao-nao-era-do-mtst.htm?cmpid
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